16 de julho de 2015

Fulano, Sicrano, Beltrano.

Amigos e amigas do Opinião e Crítica Brasil, juro que venho tentando me esquivar das loucuras deste país. Apenas tento.
O que não dá é ficar indiferente as questões que inflamam nossas vidas todos os dias sobre o quê ou quem é certo ou errado. Há controvérsias porém.
Na contra-mão de tudo, o qual também não sabemos ser o que é o ''tudo'', surgem os milhares de ''heróis'' com suas falas, textos, pensamentos e fúrias sendo disparados para quem quiser ver, ouvir e confrontar. Já não sou mais o mesmo com certeza.
Naquela esquina, de uma cidade qualquer, de um estado qualquer, encontravam-se três personagens tipicamente brasileiros, Fulano,
Sicrano e Beltrano.
Fulano acreditava piamente no governo. Era um defensor nato de sua presidenta Dilma Rousseff. Por ela, era capaz de dar a vida, sem exageros. Mas Fulano já estava pela hora da morte, velho, doente, aposentado com um mínimo por mês, sem médicos, mas amparado também pelo ''Bolsa- Família. Era este senhor, o provedor de sua casa. Alimentava assim, doze pessoas em seu lar, entre filhos e filhas desempregados/as, netos e de quebra uma criação de galinhas. A vida está ótima, dizia Fulano.
Já Sicrano, inimigo número um da presidenta, vivia desdenhando das condições do amigo Fulano, acreditando que o mesmo era gagá. Sicrano por sinal, tinha uma condição não muito diferente do primeiro, mas era anti PT sempre. Só não sabia o por quê. Ainda assim, vivia também com o benefício já citado ao primeiro. Seus filhos, seis ao todo, viviam na berlinda da miséria, sem ter escola, saúde, alimentação adequada, sem calçados e apenas uma bola para celebrar as tardes vazias daquele lugar. Não havia portanto, diferenças em suas condições, e ainda assim divergiam quanto ao seu governo.
Beltrano possuía uma vida melhor. Desde cedo, mandou seus dois filhos para a cidade grande onde estudaram e se formaram. Nunca passaram necessidades. O pai fazia de tudo por eles. Jamais se envolvia em questões políticas. Nem para um, nem para o outro. Apenas cuidava de sua vida e sentia dó de seus amigos. Acreditava nas escolhas das pessoas.
Beltrano não saiu de sua cidade justamente pelo amor a família que vivia no local e por sua amizade de infância com Fulano e Sicrano.
Era ''iletrado'', mas tinha comércio na cidade. Vendia de tudo e por vezes fiado. Ainda assim, fez sua vida. Tinha casas, terrenos, carros e uma pequena criação de bois. Era esperto.
No auge das eleições se mandava da cidade e sempre justificava seus voto. Queria distância dos candidatos. Assim, a vida seguia.
Certo dia, os filhos de seu Beltrano voltaram para a cidade, de modo a visitar seus pais. Um voltou advogado, homossexual e rico. O outro virou bandido, traficante e procurado no país inteiro.
Fulano e Sicrano ao saberem da situação, começaram a apontar falha na criação dos filhos de Beltrano. Beltrano não se sentia nenhum pouco chocado com seus filhos. Apenas queria o bem deles.
Ressaltou que o bandido se entregasse e cumprisse sua pena para com a sociedade e que jamais culpasse governo ou político algum por sua escolha.
Já o advogado, o pai desejou-lhe toda a sorte da vida por sua escolha. E igualmente ressaltou que jamais encontrasse culpa na sociedade, política ou transformações ao modo de vida, caso se arrependesse. De modo que não ficasse como Fulano e Sicrano, discutindo por ''A'' mais ''B'', o que era certo ou errado, mas que também não morresse como Beltrano, fugindo daquilo que vivia lhe incomodando, os políticos e seus admiradores.