Amigos e amigas do Opinião e Crítica Brasil, a saga continua. Não é fácil, não está sendo fácil, nada é fácil!
Ao sair de casa pela manhã, fico pensando na opinião das pessoas á respeito da situação sócio-econômico do país, se é que opinam sobre isso.
Talvez elas não tenham culpa, simplesmente vivem sem se importar com as coisas mais sérias aos seus redores, não acreditando em soluções. É a vida e sua trajetória.
Nos noticiários, a mesma vida segue com suas aberrações e comoções, mortes, acidentes, trânsitos, dúvidas, incertezas caminhando juntamente com milhares de pessoas dentro de ônibus, trens e metrôs lotados, rostos que se perdem aos montes na multidão.
Dentro de um dos trens da CPTM, observo as pessoas indo para as suas vidas, trabalho, faculdades, entrevistas de emprego ou mais uma tentativa de emprego. Pessoas gritando cedo tentando nos persuadir á comprar halls, chicletes e outras bobeirinhas. Vagões lotados, crentes entoando suas canções e pregando o ''amor de Deus''(mesmo sendo proibido pela comapnhia), como se tal ''amor''fosse nos salvar dos horrores do dia-á-dia. No último vagão, maconha e cocaína de sobra e a conivência da segurança sem nada fazer.
Nas estações lotadas, empurra-empurra para tentar um ''micro-espaço'' no interior da composição. Pessoas conformadas com esta vida patética.
É a vida, é o que nos sobra, assim acredita alguns.
Começo a ouvir involuntariamente uma música, oriunda de um celular qualquer, música não, um insulto a paciência de qualquer pessoa que sabe o que é música. Aliás tal sonoridade também é proibida pela companhia de modo que ''atrapalha'' os demais passageiros neste caso eu. Que falta de respeito!
Passado o dissabor de levar uma hora aproximadamente para se chegar até a Estação Brás, outra ''luta'', pegar o metrô.
Sigo então para a Av Paulista, indicado por um amigo no dia anterior de que algumas livrarias estariam admitindo, lá vou eu. Chego em uma destas tal livrarias (prefiro aqui preservar o nome) e qual não é minha surpresa, ao deparar-me com uma pessoa digamos um pouco ''indelicada.''
Para alguém que dever ser naturalmente um gerente (penso eu), sua atitude para com uma outra pessoa disposta á trabalhar não poderia ter sido tão grosseira.
Com um olhar covarde e gestos facilmente traduzidos em ''você não serve para nós'', percebo que sou posto á uma espécie de prova.
Onde mora? Quantas conduções? Quanto tempo leva para chegar até aqui? Tem disponibilidade de horário? Conhece livros? Onde fica Itaquaquecetuba? É de trem? Trens são problemas...
A coisa segue ''indecentemente'' e ao invés de me dizer que não há vagas, percebo que fui mais uma vez ''insolente'' talvez só por querer trabalhar.
Saio de lá com o coração partido e pensativo:
Que fiz de errado em querer ser apenas um cidadão de bem?
Continuei minha caminhada pela Paulista até chegar a Consolação e desce-la e seguindo rumo ao Centro, e suas ínumeras ruas localizando ''agências'' de emprego, encontreando várias, mas sem nenhuma perspectiva.
Currículos entregues e o mesmo papo: Surgindo alguma coisa, entramos em contato. Saio com a sensação de ser apenas mais um no meio desta multidão que não se move e vive massificada. Mas estou vivo e bem vivo.
Continuo minha saga, tenho que crescer, para mim é salutar meu crescimento assim como as demais pessoas.
Não desisiti, não desistirei... Ainda pego a vida e suas dores.